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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Jóia e Borça preparam maromba e rezam para vencerem a cheia



Casal Jóia e Borça: dificuldade e fé no meio da alagação
O pedreiro Raimundo Batista Santos e a dona de casa Joana Maia dos Santos conhecido em Barreirinha como dona Jóia e seo Borça preparam a maromba contra a invasão de água dentro da residência, na cidade de Barreirinha.
Típica da área de várzea a maromba é quando se eleva o nível do assoalho das residências e transformou-se em peça utilitária na cidade que desde 2009 é alagada no mês de maio.
Residência na rua 31 de março centro de Barreirinha
Apesar da dificuldade o casal encara com fé e humildade a dificuldade e entrega a Deus o que consideram de provimento divino. “ Ainda vai subir mais meio metro ,mas temos agradecer a Deus porque ele quem faz, é vontade dele, e não podemos murmurar. Se for tudo bem é e se não for tudo bem também. Tem gente que reclama mas a enchente é vontade de Deus”, afirma dona Jóia.  
Na enchente de 2012 além dos ratos, baratas e formigas, quatro cobras da espécie sucuri, uma das mais venenosas da região, foram encontradas na residência do casal. “Uma foi dentro do quarto e tinha quase um metro. Meu Deus foi horrível. Ficamos com medo, mas como não tem pra onde ir a gente fica aqui mesmo”, relata.
Com vasta experiência Borça prevê que a maromba vai permanecer até dia 25 ou 29 de junho, quando a força da natureza começa a recolher o movimento das águas. 

Enchente usada como palanque político 

Aos 62 anos e com as mãos ocupadas com o serrote e martelo, seo Raimundo Batista Santos aceita a condição de alagado, mas não dispensa crítica aos governantes. 
Improviso: Sala de visita da residência de Borça vira local do corte da madeira
Segundo ele, ano após anos, fica evidente a utilização desse fenômeno da natureza para palanque eleitoral. “Eu falo mesmo não tenho rabo preso com ninguém. Tem político que reza e depois briga por causa dessa água. Eles brigam para chegar à enchente”, dispara. 

Além da maromba o pedreiro fez a ponte da residência dele até a saída da rua com tábuas de madeira tipo pau darco, escora de ínga, amarradas com cipó de envira. A cidade de Barreirinha está em estado de emergência e com mais de mim famílias nas residências alagadas e desabrigadas devido ao fenômeno da alagação. Mais de 600 dúzias de madeiras foram adquiridas pela prefeitura para a construção das pontes, mas população ainda reclama a demora da doação.

texto e fotos: Hudson Lima. 

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